terça-feira, 16 de agosto de 2016

A FAMA DE RICO

A FAMA DE RICO

<< Hilário Silva >>

 
O coronel Manoel Rabelo, influente fazendeiro no Brasil Central, fora acometido de paralisia nas pernas.

Vivia no leito, rodeado pelos filhos atentos. Muito carinho. Assistência contínua.

No decurso da doença veio a conhecer a Doutrina Espírita, que lhe abriu novos horizontes à vida mental.

Pouco a pouco desprendia-se da ideia de posse. Para que morrer com fama de rico? Queria agora a paz, a bênção da paz.

Viúvo, dono de expressiva fortuna e prevendo a desencarnação próxima, chamou os quatro filhos adultos e repartiu entre eles os seus bens.

Terras, sítios, casas e animais, avaliados em seis milhões de cruzeiros, foram divididos escrupulosamente.

Com isso, porém, veio a reviravolta. Donos de riqueza própria, os filhos se fizeram distantes e indiferentes.

Muito embora as rogativas paternas, as visitas eram raras e as atenções inexistentes.

Rabelo, muito triste e quase completamente abandonado, perguntava a si mesmo se não havia cometido precipitação ou imprudência.

Os filhos não eram espíritas e mostravam irresponsabilidade completa.

Nessa conjuntura, apareceu-lhe antigo e inesperado devedor. O Coronel Antônio Matias, seu amigo da mocidade, veio desobrigar-se de empréstimo vultuoso, que havia tomado sob palavra, e pagou-lhe dois milhões de cruzeiros em cédulas de contado.

Na presença de dois filhos, Rabelo colocou o dinheiro em cofre forte, ao pé da cama.

Sobreveio o imprevisto. Os quatro filhos voltaram às antigas manifestações de ternura.
Revezavam-se junto dele. Papas de aveia. Caldos de galinha. Frutas e vitaminas.

Mantinham os cobertores quentes e fiscalizavam a passagem do vento pelas janelas.

Raramente Rabelo ficava algumas horas sozinho.

E, assim, viveu ainda dois anos, desencarnando em grande serenidade.

Exposto o cadáver à visitação pública, fecharam-se os filhos no quarto do morto e, abrindo aflitamente o cofre, somente encontraram lá um bilhete escrito e assinado pela vigorosa letra paterna, entre as páginas de surrado exemplar de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

O papel assim dizia: - Meus filhos, Deus abençoe vocês todos.

O dinheiro que me restava distribuí entre vários amigos para obras espíritas de caridade.

Lego, porém, a vocês, o capítulo décimo quarto de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

E os quatro, extremamente desapontados, leram a legenda que se seguia:

Honrai a vosso pai e a vossa mãe. — Piedade filial.”


= = = = = = = = = = =


<< do livro: “Almas em Desfile”, de Hilário Silva, psicografia dos médiuns
Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier >>

 

domingo, 14 de agosto de 2016

A Crise da Morte

O leitor refere-se à obra A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano, que foi objeto de estudo metódico e sequencial nas edições n. 1 a 8 desta revista. Eis o link que remete à parte inicial desse estudo:



No livro, Bozzano fornece-nos 20 informações ou detalhes (como ele preferiu chamar), que dividiu em duas categorias: detalhes fundamentais (12 detalhes) e detalhes secundários (8 detalhes).

Eis os doze detalhes fundamentais pertinentes à crise da morte, referidos por Ernesto Bozzano:

1.    Os Espíritos se encontram novamente, na vida espiritual, com a forma humana.

2.    Todos eles, após a morte, ignoram durante algum tempo que estão mortos.

3.    Eles passam, no curso da crise pré-agônica, ou pouco depois, pela prova da reminiscência dos acontecimentos da existência ora encerrada.

4.    Todos eles são acolhidos no mundo espiritual pelos Espíritos das pessoas de suas famílias ou de seus amigos mortos.

5.    Quase todos passam, após a morte, por uma fase mais ou menos longa de "sono reparador".

6.    Todos se acham num meio espiritual radioso e maravilhoso (no caso de mortos moralmente normais) e num meio tenebroso e opressivo (no caso de mortos moralmente depravados).

7.    Todos reconhecem que o meio espiritual é um novo mundo objetivo, real, análogo ao meio terrestre espiritualizado.

8.    Eles aprendem que isso se deve ao fato de que, no mundo espiritual, o pensamento constitui uma força criadora, por meio da qual o Espírito existente no "plano astral" pode reproduzir em torno de si o meio de suas recordações.

9.    Todos ficam sabendo que a transmissão do pensamento é a forma da linguagem espiritual, embora certos Espíritos recém-chegados se iludam e julguem conversar por meio da palavra.

10.  Eles verificam que, graças à faculdade da visão espiritual, se acham em estado de perceber os objetos de um lado e outro, pelo seu interior e através deles.

11.  Todos eles aprendem que podem transferir-se temporariamente de um lugar para outro, ainda que muito distante, por efeito apenas de um ato da vontade, podendo também passear no meio espiritual ou voejar a alguma distância do solo.

12.  Os Espíritos dos mortos gravitam fatalmente e automaticamente para a esfera espiritual que lhes convém, por virtude da "lei de afinidade". (A Crise da Morte, pp. 163 a 166.)

E aqui estão os oito detalhes secundários colhidos por Bozzano:

1.    Os defuntos dizem que os Espíritos dos mortos a quem nos ligamos em vida intervêm para acolher e guiar os recém-desencarnados, antes que se inicie o "sono reparador".

2.    Os Espíritos, ao observarem seus cadáveres no leito de morte, geralmente falam de um "corpo etéreo" que se condensa acima do "corpo somático", fato que é confirmado pelos videntes.

3.    Eles dizem que, assim como não existem pessoas absolutamente idênticas no mundo dos vivos, o mesmo se dá no mundo espiritual, de modo que as condições verificadas no trespasse não são exatamente as mesmas para todos.

4.    Embora os Espíritos tenham a faculdade de criar mais ou menos bem, pela força do pensamento, o que lhes seja necessário, quando se trata de obras complexas e importantes a tarefa é confiada a grupos de Espíritos que nisso se especializaram.

5.    Quando dominados por paixões humanas, os Espíritos se conservam ligados ao meio onde viveram, por um lapso de tempo mais ou menos longo. Não podendo, assim, gozar do benefício do sono reparador, esses Espíritos persistem na ilusão de se julgarem vivos e tornam-se, muitas vezes, Espíritos "assombradores" ou "perseguidores".

6.    No mundo espiritual, os Espíritos inferiores não podem perceber os que lhes são superiores, devido à diversidade das tonalidades vibratórias de seus "corpos etéreos".

7.    As dilacerantes crises de dor, que frequentemente se produzem junto dos leitos de morte, são penosas para os Espíritos dos defuntos e os impedem de entrar em relação com as pessoas que lhes são caras, retendo-os no meio terrestre.

8.    Os Espíritos afirmam, por fim, que, quando se encontram sós e tomados de perplexidades de toda sorte, percebem uma voz que lhes chega de longe e os aconselha sobre o que fazer: trata-se da voz vinda de Espíritos amigos que, percebendo de modo telepático os seus pensamentos, apressam-se em lhes transmitir conselhos. (Obra citada, pp. 167 a 170.)



quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Música: A Casa do Caminho

Linda canção-hino da CECAC-Célula Espírita Casa do Caminho, presente na comunidade de Tabuba dos Martins, em São Gonçalo/CE, vinculada ao CEJE- Centro Espírita João, O Evangelista, de Fortaleza/CE.

Música de Tarcísio José de Lima, voz e violão de Daniel Sobral.