sábado, 24 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
As estrelas cairão do céu
(Revista Espírita, fevereiro de 1868 - Instruções dos Espíritos, item 10)
Oh! Como é bela a luz do Senhor! Que brilho prodigioso espalham os seus raios! Santa Sião! Bem-aventurados os que estão sentados à sombra de teus tabernáculos! Oh! Que harmonia é comparável às esferas do Senhor! Beleza incompreensível para olhos mortais incapazes de perceber tudo quanto não pertence ao domínio dos sentidos!
Aurora esplêndida de um dia novo, o Espiritismo vem iluminar os homens. Já os clarões mais fortes aparecem no horizonte; já os Espíritos das trevas, vendo que seu império vai esboroar-se, são presa de raivas impotentes e empregam suas últimas forças em conchavos infernais. Já o anjo radioso do progresso estende suas brancas asas matizadas; já as virtudes do Céu se abalam e as estrelas caem de sua abóbada, mas transformadas em puros Espíritos, que vêm, como anuncia a Escritura em linguagem figurada, proclamar sobre as ruínas do velho mundo o advento do Filho do Homem.
Bem-aventurados aqueles cujos corações estão preparados para receber a semente divina que os Espíritos do Senhor lançam aos quatro ventos! Bem-aventurados os que cultivam, no santuário da alma, as virtudes que o Cristo lhes veio ensinar, e que ele ainda lhes ensina pela voz dos médiuns, isto é, dos instrumentos que repetem as palavras dos Espíritos! Bem-aventurados os justos, porque o reino dos céus lhes pertencerá!
Ó meus amigos! Continuai a avançar no caminho que vos foi traçado; não sejais obstáculos à verdade que quer esclarecer o mundo; não, sede propagadores zelosos e infatigáveis como os primeiros apóstolos, que não tinham teto para abrigar suas cabeças, mas que marchavam para a conquista que Jesus havia começado; que marchavam sem ideia preconcebida, sem hesitação; que tudo sacrificavam, até a última gota de sangue, para que o Cristianismo fosse estabelecido.
Vós, meus amigos, vós não necessitais de sacrifícios tão grandes. Não, Deus não vos pede vossa vida, mas o vosso coração, vossa boa vontade. Sede, pois, zelosos, e marchai unidos e confiantes, repetindo a palavra divina: “Meu Pai, que vossa vontade seja feita, e não a minha!”
DUPUCH, bispo de Argel.
(Bordeaux, 1863)
(Bordeaux, 1863)
Visto em http://ipeak.net/ - 21/12/2016
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Consolador prometido
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 3 e 4 - O Cristo consolador)
Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: – O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. – Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, 14:15 a 17 e 26.)
Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.
O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: O Espírito de Verdade preside ao seu estabelecimento. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu deixado intencionalmente sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o operário aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; relembra os verdadeiros princípios da lei de Deus e dá consolação pela fé e pela esperança.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Os mortos sairão dos túmulos
(Revista Espírita, fevereiro de 1868 - Instruções dos Espíritos)
11. - Povos, escutai!...
Uma grande voz se faz ouvir de um extremo a outro dos mundos; é a do precursor, anunciando a
vinda do Espírito de Verdade, que vem endireitar as vias tortuosas por onde o
espírito humano se desgarrava em falsos sofismas. É a trombeta do anjo que vem
despertar os mortos para que saiam de seus túmulos.
Muitas vezes tendes lido a
revelação de João e vos perguntastes: Mas, o que quer ele dizer? Como, então,
cumprir-se-ão essas coisas surpreendentes? E vossa razão confusa, mergulhava
num tenebroso dédalo de
onde ela não podia sair, porque queríeis tomar ao pé da letra o que estava expresso em
sentido figurado.
Agora que chegou o tempo em que
uma parte dessas predições vai cumprir-se, pouco a pouco aprendeis a ler nesse
livro onde o discípulo bem-amado consignou as coisas que lhe tinha sido dado
ver. Entretanto, as más traduções
e as falsas interpretações ainda vos aborrecerão um pouco, mas com um trabalho
perseverante chegareis a compreender o que, até o presente, tinha sido para vós uma carta fechada.
Compreendei apenas que se Deus
permite que o véu seja
levantado mais cedo para alguns, não é para que esse conhecimento fique estéril em suas mãos, mas para que,
pioneiros infatigáveis, eles desbravem as terras incultas. É, enfim, para que eles fecundem
com o doce orvalho da caridade os corações ressequidos pelo orgulho e impedidos
pelos embaraços mundanos, onde a boa semente da palavra de vida não pôde ainda germinar.
Ah! Quantos encaram a vida humana
como devendo ser uma festa permanente em que as distrações e os prazeres se
sucedem sem interrupção! Eles inventam mil nadas para encantar os seus lazeres;
eles cultivam o seu espírito, porque é uma das facetas brilhantes que servem para fazer destacar
a sua personalidade; são semelhantes a essas bolhas efêmeras que refletem as cores do
prisma e balançando no espaço atraem os olhares por algum
tempo, depois as procurais... e elas desapareceram sem deixar traços. Assim,
essas almas mundanas brilharam com uma luz de empréstimo, durante sua curta passagem
terrestre, e dela nada restou de útil, nem para os seus semelhantes, nem para
elas próprias.
Vós que conheceis o valor
do tempo, vós a quem as leis da eterna sabedoria são reveladas pouco
a pouco, sede nas mãos do Todo-Poderoso instrumentos dóceis servindo para levar
a luz e a fecundidade a essas almas, das quais se diz: “Têm olhos e não veem, têm ouvidos e não escutam”, porque
tendo-se desviado do facho da verdade, e tendo escutado a voz das paixões, sua
luz não
é senão trevas, em meio às quais o Espírito não pode reconhecer a
estrada que o faz gravitar para Deus.
O Espiritismo é essa voz poderosa que já
repercute até as
extremidades da Terra; todos a escutarão. Felizes aqueles que, não tapando
voluntariamente os ouvidos, sairão de seu egoísmo, como o fariam os mortos de
seus túmulos, e daí por diante realizarão os atos da verdadeira vida, a do Espírito,
desembaraçando-se dos entraves da matéria, como fez Lázaro de seu sepulcro, à voz do Salvador.
O Espiritismo marca a hora solene
do despertamento das inteligências que usaram de seu livre-arbítrio para se demorar nos caminhos
pantanosos cujos miasmas deletérios infectaram a alma com um veneno lento que lhe dá a aparência da morte. O Pai celeste tem misericórdia desses filhos pródigos, caídos tão baixo
que nem mesmo pensam na morada paterna, e é para eles que ele permite essas
manifestações brilhantes, destinadas a convencer que além deste mundo das formas
perecíveis, a alma conserva a lembrança, o poder e a imortalidade.
Possam esses pobres escravos da
matéria sacudir o torpor que
os impediu de ver e compreender até hoje; possam estudar com sinceridade, para que a luz
divina, penetrando-lhes a alma, dela expulse a dúvida e a incredulidade.
JOÃO EVANGELISTA
(Paris, 1866)
Visto em http://ipeak.net/ - 14/12/2016
sábado, 10 de dezembro de 2016
Que fizeram de mim?
(Revista
Espírita, setembro de 1868 - Instruções dos Espíritos)
Extraímos
a comunicação seguinte do jornal espírita le Salut, que
é publicado em Nova Orleans, número de 1º de junho de 1868:
- Filhos, eu vos escrevi: “Quando vossa boa união me chamar, virei a vós.” E vossa boa união me chamou, eis-me aqui.
- Filhos, eu vos escrevi: “Quando vossa boa união me chamar, virei a vós.” E vossa boa união me chamou, eis-me aqui.
Eis-vos
agora como meus apóstolos de outrora. Fazei como os bons e
não façais como os maus; que ninguém renegue, que ninguém
traia! Ireis assentar-vos à mesma mesa que reunia os amigos
da minha fé e do meu coração; que ninguém seja nem Pedro nem
Judas!
Ó
meus bons filhos, olhai em torno de vós e vede! Minha cruz,
o instrumento glorioso de meu vil suplício, domina os
edifícios da tirania ... e eu, eu não tinha vindo senão para
pregar a liberdade e a felicidade. Com a minha cruz,
afogaram os corpos no sangue e as consciências na mentira!
Com a minha cruz, disseram aos homens: “Obedecei aos vossos
senhores; curvai-vos ante os opressores!” E eu dizia: “Sois
todos filhos de um mesmo Pai, sem distinção a não ser a de
vossos méritos, resultantes da vossa liberdade.”
Eu
tinha dito aos grandes: “Humilhai-vos!” e aos pequenos:
“Erguei-vos!” e exaltaram os grandes e rebaixaram os
pequenos.
O que
fizeram de mim, de minha memória, de minha lembrança, de meu
apostolado? Um sabre! - Sim, e há ainda aqueles que se
fizeram agentes dessa infâmia! ... Oh! Se fosse possível
sofrer na morada celeste, eu sofreria!... e vós, vós deveis
sofrer... e deveis estar prontos a tudo para a redenção que
comecei, ainda que não fosse senão para arvorar sobre a
mesma montanha o mesmo sinal de união!... Ele será visto e
compreendido, e deixarão tudo para defendê-lo, para
abençoá-lo, para amá-lo.
Filhos,
ide para o Céu com a fé, e toda a Humanidade vos seguirá sem
medo e com amor! Logo sabereis, na prática, o que é o mundo,
se a teoria não vos tiver ensinado.
Tudo
o que vos foi dito para a prática do verdadeiro cristianismo
não é senão a sombra da verdade! O triunfo que vos espera
está tão acima dos triunfos humanos e dos dos vossos
pensamentos, quanto as estrelas do céu estão acima dos erros
da Terra!
Oh!
Quando eles verão como Tomé! Quando tiverem tocado!... Vós
vereis! Vós vereis! As paixões vos criarão obstáculos,
depois elas vos socorrerão, porque serão as boas paixões
após as más paixões.
Pensai
em mim quando fordes partir o meu pão e beber o meu vinho,
dizendo a vós mesmos que arvorais, para a eternidade, a
bandeira dos mundos... Oh! sim, dos mundos, porque ela unirá
o passado, o presente e o futuro a Deus.
JESUS.
O jornal publica esta comunicação sem dar informação sobre as
circunstâncias em que foi recebida. Parece, contudo, que
deve ter sido numa festa comemorativa da ceia, ou qualquer
ágape fraterno entre os adeptos. Seja como for, ela traz,
no fundo e na forma dos pensamentos, na simplicidade
unida à nobreza do estilo, um cunho de identidade que não
poderíamos ignorar. Ela atesta, da parte dos assistentes,
disposições de natureza a lhes merecer esse favor, e não
podemos senão felicitá-los. Pode-se ver que as instruções
dadas na América sobre a caridade e a fraternidade não cedem
em nada às que são dadas na Europa. É o elo que unirá os
habitantes dos dois mundos.
Allan Kardec.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Livre-arbítrio e presciência divina
Há uma
grande lei que domina tudo no Universo: a lei do progresso. É em virtude
dessa lei que o homem, criatura essencialmente imperfeita, deve, como
tudo quanto existe em nosso globo, percorrer todas as fases que o
separam da perfeição. Sem dúvida Deus sabe quanto tempo cada um levará
para chegar ao fim. Porém, como todo progresso deve resultar de um
esforço tentado para realizá-lo, não haveria nenhum mérito se o homem
não tivesse a liberdade de tomar este ou aquele caminho. Com efeito, o
verdadeiro mérito não pode resultar senão de um trabalho operado pelo
Espírito para vencer uma resistência mais ou menos considerável.
Como
cada um ignora o número de existências que consagrou ao seu adiantamento
moral, ninguém pode prejulgar nesta grande questão, e é sobretudo aí
que brilha, de maneira admirável, a infinita bondade de nosso Pai
Celeste que, ao lado do livre-arbítrio que nos conferiu, semeou em nosso
caminho marcos indicadores que iluminam os desvios. É, pois, por um
resto de predomínio da matéria que muitos homens se obstinam em ficar
surdos às advertências que lhes chegam de todos os lados, e preferem
gastar em prazeres enganadores e efêmeros uma vida que lhe havia sido
concedida para o avanço de seu Espírito.
Não se
poderia afirmar sem blasfêmia que Deus tenha querido a infelicidade de
suas criaturas, pois os infelizes expiam sempre, tanto uma vida anterior
mal empregada quanto sua recusa a seguir o bom caminho, quando este lhe
era mostrado claramente.
Assim,
depende de cada um abreviar a prova que deve sofrer. Por isso, guias
seguros bastante numerosos lhe são concedidos para que seja inteiramente
responsável por sua recusa de seguir seus conselhos, e ainda, neste
caso, existe um meio certo de abrandar uma punição merecida, dando
sinais de sincero arrependimento e recorrendo à prece, que jamais deixa
de ser atendida, quando feita com fervor. O livre-arbítrio existe, pois,
efetivamente, no homem, mas com um guia: a consciência.
Vós
todos que tendes acesso ao grande foco da nova ciência, não
negligencieis de vos penetrar das eloquentes verdades que ela vos
revela, e dos admiráveis princípios que são a sua consequência. Segui-os
fielmente, pois é aí, sobretudo, que brilha o vosso livre-arbítrio.
Pensai,
por um lado, nas consequências fatais que para vós arrastaria a recusa
de seguir o bom caminho, como nas magníficas recompensas que vos
aguardam caso obedeçais às instruções dos bons Espíritos. É aí que
brilhará, por sua vez, a presciência divina.
Em vão
se esforçam os homens em busca da verdade por todos os meios que julgam
ter na Ciência. Esta verdade, que lhes parece escapar, segue sempre ao
seu lado, e os cegos não a percebem.
Espíritos
sábios de todos os países, aos quais é dado levantar uma ponta do véu,
não negligencieis os meios que vos são oferecidos pela Providência!
Provocai nossas manifestações; fazei que delas aproveitem todos os
vossos irmãos menos bem aquinhoados que vós; inculcai em todos os
preceitos que vos chegam do mundo espírita, e tereis bem merecido,
porque tereis contribuído em larga parte para a realização dos desígnios
da Providência.
ESPÍRITO FAMILIAR - Revista Espírita, outubro de 1863 - Dissertações espíritas
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Olha que lindo esse texto na porta de um consultório médico:
A
enfermidade
é um conflito entre a personalidade e a alma.
O
resfriado
escorre quando o corpo não chora.
A
dor
de garganta
entope quando não é possível comunicar as aflições.
O
estômago
arde
quando as raivas não conseguem sair.
O
diabetes
invade quando a solidão dói.
O
corpo
engorda
quando a insatisfação aperta.
A
dor
de cabeça
deprime quando as dúvidas aumentam.
O
coração
desiste
quando o sentido da vida parece terminar.
A
alergia
aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As
unhas
quebram
quando as defesas ficam ameaçadas.
O
peito
aperta
quando o orgulho escraviza.
A
pressão
sobe quando o medo aprisiona.
As
neuroses
paralisam quando a "criança
interna"
tiraniza.
A
febre
esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Os
joelhos
doem
quando o orgulho não se dobra.
O
câncer
mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.
E
as dores
caladas?
Como falam em nosso corpo?
A
enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.
O
caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas
Equívocos.
Existem
semáforos chamados Amigos.
Luzes
de precaução chamadas Família.
Ajudará
muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão.
Um
potente motor chamado Amor.
Um
bom seguro chamado FÉ.
Abundante
combustível chamado Paciência.
Mas
há um maravilhoso Condutor e solucionador chamado Deus!
Autor:
Desconhecido
domingo, 2 de outubro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
A Mordida e o Veneno
Foi
ofendido. Ouviu o que não devia e um pouco do que precisava. Foi
humilhado, injustiçado, e aquilo bateu forte dentro de si. Acabada a
refrega, terminada a contenda, cada um para seu lado e nosso
protagonista segue, mordido. Mordido passará a semana, e aquela dor
o atormentará, no lazer, no trabalho, no estudo, convertendo-se em
um veneno, uma peçonha destilada nas falas, narrações infinitas do
fato tormentoso que tanto o machucou.
O
trecho narrado se encaixa em diversos personagens, nas lutas
cotidianas, nos desentendimentos comuns da vida do trabalho, da
escola, da casa espírita e que servem de palco para espetáculos
lamentosos, com frases desnecessárias, que terminam por deixar o
indivíduo “mordido”, magoado com aquilo tudo e encontrando como
solução, espalhar seu veneno por todo seu entorno.
O
orgulho ferido figura como causa essencial dessa situação. Afetados
em nossa postura, ao invés de buscar a reflexão, partimos para a
contra-argumentação, como meninos mimados, a medir espaços com
nossos opositores, querendo a réplica, a tréplica, dessa nossa
batalha individual. Seguimos sangrando, querendo a revanche da
situação que nos abalou, engendrando na mente cenários de como foi
ou de como deveria ter sido, massageando medos e inseguranças,
centrando na disputa e pouco em soluções.
A
capacidade de perdoar e de reconstruir relações se apresenta como
competência cicatrizante para estancar a mordida e impedir que esse
veneno se espalhe na fofoca e na maledicência. Perdoar é uma
ciência que precisamos aprender, e exercitar, setenta vezes sete
vezes, como já dito por Jesus.
Passar
uma borracha, reiniciar entendimentos, ceder e negociar são ações
essenciais aos que buscam a paz e a produtividade nas relações.
Pensar nas tarefas, no grupo, nos contextos, sopesando isso com o que
motivou o entrevero, é uma postura madura em casos de atritos entre
as diversas equipes de trabalho, e que permite relevarmos os
problemas, colocando-os no seu devido lugar.
Por
vezes, ficamos sem falar com uma pessoa, magoados, e já nem nos
lembramos do por quê. Antipatias e questões comezinhas servem de
combustível para contendas que se arrastam e que têm a sua gênese,
de fato, nas nossas imperfeições, na intolerância, na inveja e no
ciúme, e que têm como estopim, por vezes, as questões menores.
No
trabalho espírita, diante de um impasse, de um conflito, fujamos do
padrão de trocas de impropérios, seguida da mágoa e da fofoca, na
polarização destrutiva. Respeitemos o dissenso, como natural das
relações, e valorizemos o diálogo, a indulgência e, ainda, a
maturidade que nos permite sair do calor do momento e retornar à
vida que segue.
O
Cristo falou do perdão e do amor aos semelhantes. Kardec nos brindou
com a valorização da argumentação e da humildade. Na casa
espírita, na busca da construção do homem de bem, na realização
de tarefas com amigos de cá e de lá, não se justifica o “climão”
após reuniões com ideias divergentes, e sim a busca do diálogo e
da reflexão, como forma de aprimoramento contínuo.
Certamente,
sabemos que isso é difícil... Mordidos ficamos e arrastamos essa
ferida por anos a fio.
Sofremos
e fazemos sofrer, no veneno da maledicência, esquecendo a lição do
perdão e de como pesam no coração o rancor e a mágoa. Mas
reconhece-se o verdadeiro espírita pelo seu esforço, e aí reside
toda a nossa força.
MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
Obs.:
Crônica retirada do site O Consolador – www.oconsolador.com.br
(texto
grifado por Helena Sousa; a imagem foi a que o cronista utilizou)
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