Diálogos com o Espírito de Bertrand Russell
Filósofo que na Terra foi ateu e materialista
Em o Livro dos Médiuns, item 292, que fala sobre a sorte dos Espíritos temos as seguintes orientações:
21ª Podemos pedir aos Espíritos informações sobre a situação em que se encontram no mundo dos Espíritos?
"Sim, e eles os dão de bom grado quando o pedido é ditado pela simpatia, ou o desejo de ser útil, e não pela curiosidade."
22ª Podem os Espíritos descrever a natureza de seus sofrimentos ou de sua felicidade?
“Perfeitamente, e as revelações desta espécie são um grande ensinamento para vós, porque vos iniciam no conhecimento da verdadeira natureza das penas e das recompensas futuras; destruindo as falsas ideias que fazeis a esse respeito, elas tendem a reanimar a vossa fé e a vossa confiança na bondade de Deus. Os bons Espíritos se sentem felizes em vos descrever a felicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de provocar neles o arrependimento; nisso encontram eles, às vezes, até uma espécie de alívio: é o desgraçado que se lamenta, na esperança de obter compaixão.
Não esqueçais que o fim essencial, exclusivo, do Espiritismo é a vossa melhora e é para o alcançardes que é permitido aos Espíritos vos iniciar na vida futura, oferecendo-vos exemplos de que podeis aproveitar. Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera, menos lamentareis esse onde agora estais. Eis, em suma, o objetivo atual da revelação."
Pois bem, seguindo essas orientações dadas pela Ciência Espírita, em nosso grupo evocamos o Espírito de um filósofo contemporâneo, que na Terra foi ateu e materialista, a fim de obter informações sobre sua passagem ao mundo dos Espíritos.
Eis aqui alguns dados biográficos do filósofo que evocamos:
Nascido em 1872 e falecido em 1970, Bertrand Russell foi um influente matemático, filósofo ateu e lógico que viveu no século XX. Popularizou a filosofia e a física, em livros de divulgação científica. Publicou mais de 40 livros a respeito de temas tão variados como educação, política, história, religião, ética, casamento e ciência. Sua grande contribuição, no entanto, deu-se no campo da lógica matemática e da filosofia analítica, de que foi um dos fundadores. Foi o vencedor, em 1950, do Premio Nobel de Literatura. Russell opôs-se constantemente à existência de armas nucleares desde a sua primeira utilização. Em 1955, Russell lançou o Manifesto Russell-Einstein, co-assinado por Albert Einstein e outros nove cientistas e intelectuais notáveis, um documento que levou à primeira das Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais em 1957.
Em 1958, Russell tornou-se o primeiro presidente da Campanha para o Desarmamento Nuclear. Demitiu-se dois anos mais tarde, quando o CDN não o apoiou em um ato de desobediência civil, e formou o Comitê dos 100. Com quase noventa anos, em setembro de 1961, ele foi preso por uma semana por incitar a desobediência civil e por ter participado de uma grande manifestação chamada ban-the-bomb no Ministério da Defesa, mas a sentença foi anulada por causa de sua idade já avançada.
No dia 30 de setembro 2008 Russell foi evocado na intimidade, por um dos médiuns do GEAK, para que falasse da sua passagem ao mundo dos Espíritos. Ele ditou o que se segue:
Morrer é despir-se. É transitar nu em avenida movimentada. Uma nudez estranha, poderosa, constrangedora. A morte do materialista é difícil, mas por um lado melhor do que a de muitos espiritualistas. Quem se dedicou para merecer o céu, às vezes não o encontra, enquanto quem esperava desfazer-se não mergulha no nada, mas no todo. Minha morte foi isso: um mergulho em um mar gelado e real de vida incessante (e nu, como havia dito).
Confesso que a proximidade do fim produz pensamentos contraditórios. As verdades consagradas tendem a perder a força, dando lugar a receios, desconforto e (para meu desespero) esperança. Esta gota de orvalho que refrescou minha alma na passagem colocou-me em situação inusitada: misto de entrega ao abismo com expectativa de algo novo. O corpo se despede da alma ainda a desejando. São como dois amantes que, mesmo sabendo da impossibilidade de continuar a relação, ainda arriscam beijos demorados de uma despedida inevitável que desejam prolongar.
A nudez gélida na sibéria da realidade sacudiu-me. Estava vivo. Estava feliz. Como isso? Nada de céu, nada de Inferno. Sem anjinhos robustos a me esperar; sem criaturas chifrudas no meu encalço. Somente o frio e a solidão de minhas inquietações naquele momento novo.
Passado esse período, que não posso precisar o tempo de duração, recebi visitas agradáveis e logo pude locomover-me para encontrar queridos amigos que, àquela altura já sabia, estavam vivos como eu. Experiências e experiências de felicidade! Venturoso é aquele que encontra seus amores e dialoga com seus pares: uma nova Matemática, uma nova Filosofia, um novo saber científico, uma nova expressão do amor. Bebi nas fontes mais puras da Sabedoria. Conheci relatos de cristãos da primeira hora, conheci passagens belíssimas dos ensinos de Buda. Dialoguei com Sócrates.
O que é a morte? Para mim é vida. É estar religado ao Universo sem amarras, sem tormentos, sem necessidades, sem anseios.
Perguntas-me como descobri Deus.
Eu não o descobri. Ele se desvela. Ele se mostra. Ele é a totalidade racional que a razão obscurecida pela matéria e por nossos vícios não entende. Deus é o mais precioso mistério; é a abundante vida que todo ser aspira. Deus é o que nunca podemos ser, mas o que sempre podemos tocar, sentir, respirar. Deus foi o calor que senti após a gélida travessia. Em Deus repousa o sentido, e é nele que a busca cessa.
Russell.
Psicografada pelo Sr. C. C. M., em 30 de setembro de 2008.
Psicografada pelo Sr. C. C. M., em 30 de setembro de 2008.
Observação: Evocamos esse filósofo muitas outras vezes, por diversos médiuns, e obtivemos dele instruções valiosas sobre temas morais, que compartilharemos com os usuários do IPEAK em breve.
Visto em http://ipeak.net/ - 25/05/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário