sexta-feira, 2 de junho de 2017

Bertrand Russell - Entrevista sobre vários assuntos

Bertrand Russell
Entrevista sobre vários assuntos

 
Como dissemos no primeiro artigo que publicamos sobre a passagem de Bertrand Russell ao mundo dos Espíritos, tivemos outras conversas instrutivas com esse Espírito. As conversas que reproduzimos abaixo tratam ainda da sua situação atual como Espírito, da sua fé, da sua felicidade.

A primeira evocação havia sido feita por um médium do grupo na intimidade, mas agora queríamos evocá-lo no grupo. Assim, na sessão do GEAK do dia 29 de setembro de 2016 consultamos nosso presidente espiritual Santo Agostinho para saber se seria oportuna e útil a evocação do Espírito de Russell no grupo, e recebemos a seguinte resposta:

"Meus amigos,


O Espírito de Bertrand Russell poderá ser evocado por vós e será útil. Quando na Terra, Russell se inquietara para tornar este mundo um lugar mais justo e bom para se viver, ocupando-se com causas importantes para a vida neste planeta, mas foi depois da sua passagem ao mundo dos Espíritos que o seu círculo de ideias se estendeu, e novas aspirações desabrocharam em sua intimidade. Sua alma se comportou como a boa semente, que tinha em si um potencial divino, mas precisava de melhores condições para germinar e florescer; chamai-o, amigos, e ele virá de bom grado comunicar-se convosco.
"

Santo Agostinho.

Psicografada em 29/09/2016.

Observação: como havíamos tratado de outros assuntos, e já era tarde, deixamos para evocar Russell na sessão seguinte.

GEAK - Sessão do dia 04 de outubro de 2016

Antes da evocação lemos o item 282 do Livro dos Médiuns, cap. XXV - Das evocações - Questões sobre as evocações, do qual destacamos a 20ª questão:

20ª Para os Espíritos, a evocação é uma coisa agradável ou penosa? Eles vêm com satisfação quando chamados?

Isso depende do caráter deles e do motivo com que são chamados. Quando é louvável o objetivo e quando o meio lhes é simpático a evocação é para eles uma coisa agradável e mesmo atraente; os Espíritos se sentem sempre felizes pela afeição que lhes testemunhamos. Alguns há para os quais representa grande felicidade se comunicarem com os homens e que sofrem com o abandono em que são deixados. Mas, como já disse, isto igualmente depende dos caracteres deles. Entre os Espíritos também há misantropos que não gostam de ser incomodados e cujas respostas se ressentem do seu mau humor, sobretudo quando chamados por pessoas indiferentes, pelas quais eles não se interessam. Um Espírito nenhum motivo tem, muitas vezes, para atender ao chamado de um desconhecido que lhe é indiferente e que quase sempre é movido pela curiosidade; se ele vem, suas aparições, em geral, são curtas, a menos que a evocação vise a um fim sério e instrutivo. (O Livro dos Médiuns - Segunda parte - Das manifestações espíritas, cap. XXV - Das evocações - Questões sobre as evocações).

Evocação do Espírito de Russell.

Iniciamos dizendo ao Espírito estas poucas palavras: Antes de tudo, nós agradecemos por atender ao nosso chamado. O nosso propósito é nos instruir sobre temas relativos à vida espírita, e desejamos aprender com a sua sabedoria. Solicitamos ao nosso presidente espiritual que o ajude a escolher o médium mais próprio neste momento para lhe servir de intérprete. 

Havíamos elaborado as perguntas com antecedência, e as propusemos ao Espírito, que as respondeu por psicografia:

1. Que mundo o Sr. habita hoje, como Espírito?

- A Terra.



2. Poderia nos dizer se teve outras existências aqui na Terra, além da que foi Bertrand Russell? Se teve, fora também ateu?

- Sim, e me preparo ainda para voltar à Terra.



3. Já tendo tido outras existências, como, ao encarnar, não trouxe a intuição da imortalidade da alma, da existência de Deus? Ou havia uma intuição que se apagou com a vida na matéria?

- Eu trazia em mim a intuição de Deus... Essa força, dentro de mim, ansiava por respostas e cheguei a procurá-las, mas não consegui encontrar nada que fosse satisfatório, e fui abafando a intuição que trazia comigo. Também via que a crença de muitos espiritualistas não os tornava melhores, e julguei que seria dispensável a crença em Deus para a felicidade.



4. Na sua comunicação que lemos hoje, o Sr. diz ter conversado com Espíritos superiores. Poderia nos dizer se eles vinham até o Sr. ou o Sr. ia até eles?

- Pude ir até eles. O Universo é um oásis sem limites para quem quer aprender. Podemos visitar os mundos, conhecer Espíritos sábios, dialogar com eles.



5. Quando na Terra, não teve oportunidade de conhecer o Espiritismo?

- Ouvi falar do Espiritismo, mas nunca o estudei a fundo; eu o considerava uma superstição, como tantas outras.



6. Poderia nos esclarecer sobre as condições de seu perispírito, quando saiu da perturbação após a morte?

- Vou tentar ser claro, mas o médium tem uma ideia preconcebida sobre o assunto. Eu estava vivo, reconheci que era eu mesmo, mas estava leve, limpo... Meu perispírito tinha uma aparência mais bela, eu havia rejuvenescido, e pude me locomover com facilidade.



7. Que conselhos o Sr. daria a este grupo, que o admira e respeita?

 - Posso dizer hoje a vocês que o trabalho para a depuração do Espírito é pela fé ativa, como dizem esses bons amigos; procurem desenvolver essa fé que supera os obstáculos interiores, as muralhas do orgulho, que vence o amor próprio. Quero também dizer que o triunfo de uma ideia se percebe pelos seus efeitos, e somente quando uma pessoa se esforça para vivê-la é que poderão, os que estão ao seu redor, melhor se convencer de que esta ideia pode levar a ações mais nobres e justas, a uma vida ética. 

Pensem nisso, e contem sempre com o amigo,
 
Russell.

 Psicografada em 04/10/2016
.
Na sequência, recebemos os seguintes esclarecimentos do nosso presidente espiritual Santo Agostinho:

"Ainda muito jovem, Russell confrontou as ideias disponíveis sobre Deus com sua razão, e tornou-se incrédulo porque nada parecia alimentar o seu intelecto, tomando como quimeras e fantasias todos os sistemas religiosos que pôde conhecer. Atravessou a prova da incredulidade, o que não o impediu de cultivar em sua alma ideias liberais e muito justas sobre a moral e a vida em sociedade; embora não tivesse aspirações espirituais, mantinha um senso investigativo que também o caracterizou para além da matéria. Não tendo ainda migrado para mundos superiores, pôde ainda assim visitá-los, porque dispõe de liberdade para isso, e segue hoje buscando ideias e desenvolvendo recursos para voltar novamente à Terra e trabalhar ainda mais pelo seu progresso e pelo dos homens em geral. Russell aspira, na equação da sua próxima existência, somar a fé humana com a divina, e deseja obter resultados cada vez maiores de liberdade e de amor a Deus. Se ainda vai se encarnar em vosso mundo, o faz sem desânimo e consciente de que dependerá dele mesmo utilizar da encarnação para depurar-se e deixar a Terra porque não necessitará mais dela, de modo a matricular-se em outra escola, mais aprimorada e mais perfeita."

Santo Agostinho.

 Psicografada em 04/10/2016.

GEAK - Sessão do dia 11 de outubro de 2016.

Para esta sessão preparamos mais algumas perguntas a serem dirigidas ao Espírito que iríamos evocar, como segue:

Foi-nos dito, na primeira comunicação que recebemos e julgamos ser de sua autoria, o seguinte: Venturoso é aquele que encontra seus amores e dialoga com seus pares: uma nova Matemática, uma nova Filosofia, um novo saber científico, uma nova expressão do amor.



1. Poderia nos falar um pouco sobre o que seria essa nova expressão do amor?


2. O Sr. fora dedicado estudioso de várias áreas do conhecimento científico, mas não admitia a sobrevivência da alma. Poderia nos dizer de que maneira os conhecimentos adquiridos, quando no corpo, contribuíram para sua felicidade como Espírito?


3. Se foi o Sr. que se comunicou quando o evocamos na sessão anterior, poderia nos dizer a que se deveu a dificuldade de desenvolver melhor as repostas, e mesmo deixar de responder a algumas questões?

Após a evocação, o Espírito escreveu a seguinte comunicação, sem se ater a cada pergunta, mas respondendo-as em sequência:

"Amigos,



Encontrando hoje melhores condições, quero responder a contento as perguntas que me foram dirigidas.
 Ainda habito a Terra, mas posso visitar outros mundos, outros sistemas, outras galáxias; para aqueles que, mesmo imperfeitos, desejam se instruir verdadeiramente e carecem de claridades novas, Deus oferece essa possibilidade, mas para habitar um mundo melhor é necessário alcançar uma espécie de maturidade espiritual e uma cidadania moral que ainda não possuo; a cada um cabe desenvolver condições próprias que o habilitem a uma liberdade mais ampla, e o credenciem a voos mais altos, belos e instrutivos.


Quando estive no corpo, busquei todas as ideias que estavam ao meu alcance sobre Deus, o destino, a imortalidade, mas tudo o que encontrei não parecia saciar minha sede; mesmo o Espiritismo, que conheci superficialmente, tomei como uma superstição infundada; com o tempo, fui-me acostumando com uma espécie de aridez espiritual, e julguei que a crença na imortalidade fosse dispensável para a felicidade humana. Combati muitas das ideias espiritualistas por julgá-las como quimeras, invencionices que alguns homens contam às crianças rebeldes com intenção de educá-las.

Em outras existências eu já havia dedicado meu tempo à religião e havia forjado uma fé, embora vacilante; todavia, minha convicção foi sendo abalada pela força das evidências que eu julgava possuir, e que indicavam que tudo aquilo em que um dia acreditei era absurdo; minha incredulidade foi construída com mais força na existência que vocês conhecem, mas confesso que o espírito do ateísmo, bem no fim da minha vida, já estava perdendo a força que tinha nos anos idos; morri desejando a vida, mas com a esperança, como disse a vocês, de que algo novo, uma vida nova, se abriria diante de mim.
 Hoje a aridez de minha alma cedeu, e tenho buscado beber na fonte que um dia dessedentará a humanidade; eu sempre acreditei na bondade, na justiça, no amor, e mais do que nunca esses valores atraem meu Espírito, com a diferença de que agora eu busco pô-los em prática para me aproximar desse Deus que até hoje, confesso, ainda me surpreende.


A nova expressão do amor é uma categoria, uma manifestação especial do amor, manifestação essa até então desconhecida para mim: o amor de Deus, que deve dar vitalidade aos nossos ideais; que deve ser combustível para que sacrifiquemos nossas paixões grosseiras, para que nos movimentemos com mais inteligência e vontade pelo bem do nosso semelhante. Esse amor que parte de uma relação genuína, profunda e legítima com Deus, eu não possuía, eu não conhecia.


O que meus anos de vida me permitiram aprender, os conhecimentos que desenvolvi, me ajudaram a apreciar melhor as coisas; a razão, como dizem vocês, se exercita com a prática, o raciocínio se aperfeiçoa por exercícios reiterados; a matemática e a lógica me ajudaram sobremaneira a utilizar melhor o juízo, a dominar melhor meus pensamentos, a não desistir de solucionar as questões, por mais complexas que fossem; as ciências, de uma forma geral, me inspiravam o desejo de conhecer mais, de me manter inquieto para investigar a vida material; mas foi a filosofia que me ajudou a buscar uma vida ética e a me questionar sobre o que deveríamos fazer para que a vida valesse a pena; eu não estava sozinho, como hoje não estou, e meus colegas seguem me ajudando a fazer uma investigação mais justa da realidade que me cerca e a transformá-la por meios éticos e constantes.


A dificuldade que enfrentei na comunicação anterior se deu porque o médium mais próprio a transmitir meus pensamentos opôs certa resistência, mas hoje aqui estamos, felizes pelo chamado, amigos, e esta oportunidade é motivo de gratidão a Deus e a esses sábios Espíritos, diante dos quais sou apenas aprendiz.
 Pela exiguidade do tempo, despeço-me dos amigos; poderei voltar outras vezes, para responder outras perguntas. Prometo ainda ditar uma dissertação sobre o progresso espiritual, mas irei meditar bem antes de fazê-lo; procurarei beber um pouco mais nas fontes puras da sabedoria, e voltarei para compartilhar com vocês o que pude aprender.

Aquele que foi na Terra,

Russell.
"

Psicografada em 11/10/2016.

Observação: O médium que serviu de intérprete na entrevista anterior, no dia 4 de outubro, estava inseguro, pois acreditava que outro seria o médium escolhido pelo Espírito, o que dificultou de certa maneira a captação clara das respostas dadas. Reproduzimos aqui os dois diálogos porque julgamos útil fazer constar que as comunicações com os Espíritos não são isentas de dificuldades e de escolhos, mas que isso não nos impede de obter boas instruções, se persistirmos.
 Visto em http://ipeak.net/ - 01/06/2017
 

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